Diretora do Colégio Profª Maria Helena avalia os impactos das demisssões no município

A questão do corte de funcionários da Techint para ser analisada na totalidade necessita de muito tempo e do levantamento de muitos dados. Percebo que a empresa ao se instalar aqui em Pontal do Paraná se preocupou em oferecer sua contrapartida na questão educacional e como exemplo disso temos a construção das unidades novas do Primavera e do Arthur Tavares no Vila Nova, que atende as séries iniciais do Ensino Fundamental. Como gestora, percebo que não aconteceu um planejamento estratégico para nossas escolas estaduais que receberam essas famílias de trabalhadores, na verdade não houve tempo para isso pois o estado até diagnosticou o problema e deu inicio nos protocolados de ampliação das unidades, sendo assim o que ocorreu foi um inchaço nas nossas escolas em forma de reação em cadeia começando por Pontal do Sul e vindo para as demais escolas do município. Com o corte de funcionários, observamos a triste realidade do comércio que já havia se estruturado para receber esse contingente de trabalhadores, das pousadas, das pessoas que haviam feito contratos de locação, etc...Nas escolas eram crianças entristecidas, se despedindo dos colegas, famílias esperando somente seus filhos fecharem as notas para que o impacto pedagógico fosse o menor possível. Os professores lamentando a saída repentina dos seus alunos, enfim, um transtorno onde não se podia fazer nada a não ser lamentar. Meu olhar sobre esse fato é que não se pode fechar as portas de um município para empresas desse porte, porém é necessário um pouco mais de envolvimento dos setores (educação, prefeitura, estado, comércio e munícipes) para tentar minimizar os impactos em todos os segmentos e tentar ao menos assegurar garantias mínimas para o município e as famílias envolvidas em ocasiões trágicas como essa.

Patrícia Marques Gregório, diretora do Colégio Est. Profª Maria Helena T. Luciano